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Ateliê de Clécio Regis – onde os sonhos se tornam realidade- (Por Rogério Melo)
Clécio Regis é um dos mais influentes artistas plástico do Brasil, trabalha na área de Cenografia, Escultura e Pinturas de Arte.
Faz trabalho para clientes importantes como Rede Globo, Oi, MetroRio, Fashion Rio, Fashion Business e para outras centenas de empresas por esse Brasil todo.
Clécio teve uma história de vida difícil, como ele mesmo contou para o jornal O Globo em 2014, segundo mais novo entre oito irmãos, nasceu no Morro do Juramento, em Cavalcante, no mesmo ano em que seus pais chegaram do Rio Grande do Norte. Seu pai, caixeiro-viajante, e a mãe, costureira e analfabeta, migraram numa tentativa desesperada de reverter um câncer de colo de útero que acometia Clivaneide, uma das irmãs de Clécio — que conseguiu se curar. A infância do artista foi feliz, mas sem qualquer tipo de luxo.
— Meu pai se viciou em jogo e vivia duro igual a um coco. Passamos necessidade. Eu via os coleguinhas da parte baixa do morro tomando leite Glória e queria o mesmo. Sabe-se lá como minha mãe juntava dinheiro para comprar pra gente… Eu nunca tinha tomado um banho de chuveiro até chegar a Bangu. Fome, nunca passei, não. Quem falar que passou fome no Brasil é mentiroso — diz Clécio, sublinhando o adjetivo. — Sou filho de nordestino, de calango, de carcará e cobra. E garanto: fome, ninguém passa. Brasileiro é muito solidário, um ajuda o outro. Nossa alimentação era na base de arroz, feijão, ovo e farinha.
Do Juramento, a família Regis de Assis mudou-se de mala e cuia para a Zona Oeste num domingo de setembro de 1972. Se instalaram no Conjunto Habitacional Dom Jaime Câmara, conhecido como “Conjuntão”, uma referência da política habitacional da época e até hoje o maior do Rio. Clécio, então com 12 anos, ficou maravilhado com o bairro planejado de ruas largas, calçadas salpicadas com pés de oitis, e casas com lambrequins — adornos de madeira presos aos telhados que remetem a cristais de gelo.
— Quando dei de cara com a Vila Operária, pensei: “Isso aqui é um paraíso, estou em Londres” — recorda.
Clécio começou a ter contato com as artes com o tio-avô Lauro Reginaldo da Rocha, guerrilheiro da Intentona Comunista conhecido como Bangu. Autodidata, Lauro era um exímio pintor, além de músico. Fazia comícios em porta de fábrica, se escondia no bairro da Zona Oeste.
Aos 18 anos, Clécio não conseguiu se livrar do Exército e serviu por uma temporada na Vila Militar. Tempo suficiente para o Exército atrapalhar o colégio. Tentou vestibular cinco vezes, e não passava, minado por notas baixas em matemática, física e química.
A grande virada na profissão viria em 1986, quando o artista pernambucano Glinston Paiva, morador de Realengo, o convidou para o staff da Rede Globo. Eram tempos inovadores, com o advento da primeira grande cidade cenográfica, de “Roque Santeiro”, idealizada por Mário Monteiro.
Seu ateliê é uma fábrica de sonhos, basta o cliente descrever o que quer para Clécio Regis tornar realidade.
Como amigo pessoal de Clécio Regis a muitos anos, posso afiançar toda a sua história de vida, assim como o seu grande amor por Bangu, bairro e clube.
Endereço do Ateliê: RUA RIBEIRO DE ANDRADE,439 – Bangu